Mais uns pormenores para quem estiver interessado no incrível mundo das pilhas microbianas...
Mecanismos para a transferência de electrões para o ânodo em células de combustível
Os pontos vermelhos representam a superfície exterior dos citocromas, as linhas pretas os nanofios, enquanto que as nuvens azuis são a possível matriz extracelular, a qual contém citocromas do tipo-c, conferindo condutividade ao sistema. Adaptado de Derek R. Lovley (2008)
Modelo de transferência de electrões para o ânodo numa célula de combustível microbiana no caso específico de Geobacter sulfurreducens, a partir de NADH derivado da oxidação da matéria orgânica. Derek R. Lovley (2008)
Tal como é apresentado no esquema que se segue, a matéria orgânica complexa é hidrolizada em diversos constituintes que, na maioria dos casos, são inicialmente fermentados. Há, no entanto, microorganismos que são capazes de oxidar completamente tais componentes, servindo-se de um eléctrodo como único aceitador de electrões, bem como de oxidar de forma incompleta estes substratos, recorrendo à transferência de electrões para um eléctrodo. O acetato, ou outros ácidos menores resultantes da fermentação, podem ser completamente oxidados em dióxido de carbono, o que, tipicamente, será a fonte primária de electrões para a produção de corrente. Outra fonte de electrões pode ser o hidrogénio produzido a partir da fermentação. Na imagem que se segue, encontra-se ilustrada, de forma simplificada, a transferência directa de electrões para o ânodo, ainda que por via indirecta este processo também seja possível.
Modelo simplificado da conversão de compostos orgânicos em electricidade. Adaptado de Derek R. Lovley (2008)