quarta-feira, março 10, 2010

Dentro de uma célula de combustível microbiana...

Mais uns pormenores para quem estiver interessado no incrível mundo das pilhas microbianas...
Mecanismos para a transferência de electrões para o ânodo em células de combustível







Os pontos vermelhos representam a superfície exterior dos citocromas, as linhas pretas os nanofios, enquanto que as nuvens azuis são a possível matriz extracelular, a qual contém citocromas do tipo-c, conferindo condutividade ao sistema. Adaptado de Derek R. Lovley (2008)




Modelo de transferência de electrões para o ânodo numa célula de combustível microbiana no caso específico de Geobacter sulfurreducens, a partir de NADH derivado da oxidação da matéria orgânica. Derek R. Lovley (2008)






Tal como é apresentado no esquema que se segue, a matéria orgânica complexa é hidrolizada em diversos constituintes que, na maioria dos casos, são inicialmente fermentados. Há, no entanto, microorganismos que são capazes de oxidar completamente tais componentes, servindo-se de um eléctrodo como único aceitador de electrões, bem como de oxidar de forma incompleta estes substratos, recorrendo à transferência de electrões para um eléctrodo. O acetato, ou outros ácidos menores resultantes da fermentação, podem ser completamente oxidados em dióxido de carbono, o que, tipicamente, será a fonte primária de electrões para a produção de corrente. Outra fonte de electrões pode ser o hidrogénio produzido a partir da fermentação. Na imagem que se segue, encontra-se ilustrada, de forma simplificada, a transferência directa de electrões para o ânodo, ainda que por via indirecta este processo também seja possível.




Modelo simplificado da conversão de compostos orgânicos em electricidade. Adaptado de Derek R. Lovley (2008)

domingo, dezembro 13, 2009

Grande potencialidade
Produção de electricidade a partir da fermentação realizada por bactérias


Pilha Microbiana Clássica (MFC - Microbial Fuel Cell)


Quando as bactérias são posicionadas na câmara do ânodo de uma célula de combustível específica, num ambiente anaeróbio, estas ligam-se ao eléctrodo. Uma vez que não possuem oxigénio disponível, transferem os electrões que obtêm por consumo (oxidação) de compostos orgânicos para o eléctrodo. Entretanto, o cátodo está exposto a oxigénio. Aí, os electrões, o oxigénio, bem como os protões combinam-se para formar somente água. Sendo assim, os dois eléctrodos (cátodo e ânodo) possuem uma diferença de potencial de cerca de 0.5V, criando uma bateria biológica se o sistema não for reabastecido, ou uma célula de combustível se se fornecerem continuamente compostos orgânicos à bactéria.



Já há muitos anos se saber que era possível converter matéria orgânica em electricidade através das bactérias, apenas recentemente se descobriu um processo viável de o fazer.






Reactor Microbiano Assistido Bio-electroquímicamente (BEAMR – BioElectrovhemically-Assisted Microbial Reactor)




Diferente das MFC :

-ambiente totalmente anaeróbio;

-inicialmente fornece-se uma pequeníssima tensão, que permite aumentar o potencial electroquímico das bactérias.




Usa cerca de 1/10 da voltagem necessária para que ocorra a electrólise



Não se limita apenas aos compostos carbohidrarados, podendo ser eficaz independentemente da matéria orgânica biodegradável solúvel.